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Autora: Irene Flunser Pimentel
Título: Holocausto
Local de publicação: Lisboa
Editora: Temas & Debates; Círculo de Leitores
Ano de publicação: 2020
Número de páginas: 592
Palavras-chave: história do Holocausto; Portugal e o Holocausto. 


Índice

Introdução

PRIMEIRA PARTE
Capítulo I – O que foi a Shoá, ou Holocausto?
Capítulo II – Interpretações historiográficas do nazismo e da Shoá
Capítulo III – As três primeiras etapas que conduziram à Shoá. Janeiro de 1933 – Agosto de 1941
Capítulo IV – A última etapa para a Shoá. Setembro de 1941 – Verão de 1944. O assassínio em massa dos judeus húngaros
Capítulo V – Campos de concentração e campos de morte nazis
Capítulo VI – O conhecimento gradual dos crimes nazis pelos aliados e a justiça internacional. 1942-1945

SEGUNDA PARTE
Capítulo VII – O Estado Novo e o regime nacional-socialista nos anos 30
Capítulo VIII – Da eclosão da Segunda Guerra Mundial à viragem para os Balcãs, em 1941
Capítulo IX – Da invasão da URSS à s primeiras derrotas da Alemanha nazi
Capítulo IX – Salazar face ao ultimato alemão e ao Holocausto
Capítulo XI – O caso dos judeus húngaros

Epílogo – Do conhecimento da Shoá aos julgamentos dos criminosos nazis
Cronologia dos momentos importantes de decisão da Shoá


Sinopse

Obra muito abrangente, de natureza pedagógica, organizada por capítulos compostos por secções curtas, o que facilita consultas pontuais. O livro está dividido em duas partes e a primeira é dedicada ao conhecimento global da Shoá. Mais do que uma narrativa cronológica com as várias etapas da Shoá e dos seus antecedentes (condensada nos capítulos III e IV), dá-se, entre outros tópicos, especial importância à definição de conceitos complexos inter-relacionados (Holocausto, Shoá, genocídio, «Solução Final», etc.), à clarificação e descrição do funcionamento de diferentes tipos de Lager/“campos”, para onde eram enviadas as vítimas, bem como à perceção internacional sobre a perpetração dos crimes nazis. Há uma clara intenção de desfazer lugares-comuns e ideias simplistas em torno da Shoá. A segunda parte do livro é dedicada ao papel que Portugal, na sua condição particular de país "neutral" governado por um regime ditatorial, teve perante a Shoá. Após uma contextualização sobre a presença de judeus e o antissemitismo em Portugal no início do século XX, exploram-se as relações entre o Estado Novo e o regime nacional-socialista antes e durante a guerra, com foco nas relações e decisões políticas e de que modo estas intervieram na ajuda, ou na recusa de auxílio, a refugiados judeus. Além de alguns quadros estatísticos ao longo do livro, encontra-se, no final, uma "Cronologia dos momentos importantes da Shoá", bem como um índice onomástico.


Excerto

“No entanto, se a Shoá é talvez dos temas mais estudados historiograficamente a nível mundial, continua a não ser muito abordado em Portugal. Além do mais, subsistem sobre ele numerosas incompreensões, lugares-comuns e falsas ideias feitas relativamente ao tremendo acontecimento que foi o genocídio de categorias de pessoas, consideradas pelos nazis indignas de viverem no nosso planeta, devido à sua raça, como foram vistos os judeus europeus. Subsistem também confusões várias, como as que existem, por exemplo, entre as mortes de civis perpetradas pelo nacional-socialismo e pelos seus aliados e as causadas pela própria guerra a nível militar.
     Outra confusão existe entre a repressão política e o extermínio racial, entre a singularidade da «Solução Final da Questão Judaica» e a perseguição feita, por exemplo, a homossexuais, deficientes físicos e psíquicos, eslavos e ciganos. Há também quem não distinga entre o que foram campos de concentração, campos de trabalho forçado punitivo, ou de aproveitamento económico de mão de obra escrava judaica, ou centros de administração da morte, estes últimos localizados a leste, fora da Alemanha. [...]
É assim para desfazer confusões, contribuindo para um conhecimento maior da Shoá, e também do papel de Portugal face a esse terrível acontecimento, com base na minha própria investigação, mas também na profusa bibliografia existente sobre o tema, em geral, e relativamente a Portugal, em particular, que proponho este livro.”
(p. 13)


Outras obras de Irene Flunser Pimentel

• Livros
     História das Organizações Femininas do Estado Novo. Lisboa: Temas e Debates, 2001.
     Judeus em Portugal Durante a II Guerra Mundial: em Fuga de Hitler e do Holocausto. Lisboa : A Esfera dos Livros, 2006.
     A história da PIDE. [Lisboa]: Temas e Debates; Círculo de Leitores, 2007.
     Mocidade Portuguesa Feminina. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2007.
     Espiões em Portugal Durante a II Guerra Mundial. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2013.
     História da Oposição à Ditadura 1926-1974. Porto: Figueirinhas, 2013.
     Salazar, Portugal e o Holocausto (com Cláudia Ninhos). [Lisboa]: Temas e Debates; Círculo de Leitores, 2013.
     O Comboio do Luxemburgo: os Refugiados Judeus que Portugal não Salvou em 1940. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2016.
     O Caso da PIDE-DGS: Foram Julgados os Principais Agentes da Ditadura Portuguesa?. Lisboa: Temas e Debates; Círculo de Leitores, 2017.
     Os Cinco Pilares da PIDE. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2018.
     Inimigos de Salazar. Lisboa: Clube do Autor, 2018.
     Informadores da PIDE: uma Tragédia Portuguesa. Lisboa: Círculo de Leitores; Temas & Debates, 2022.

• Organização de edição
     Vítimas de Salazar: Estado Novo e Violência Política (coord. com João Madeira e Luís Farinha). Lisboa: A Esfera dos Livros, 2007.
     Democracia, Ditadura: Memória e Justiça Política (coord. com Maria Inácia Rezola). Lisboa: Tinta-da-China, 2013.