Pequena cidade no noroeste da Polónia, na região de Podlasie, Jedwabne foi ocupada em 17 de setembro de 1939 pelo exército soviético. Em 10 de julho de 1941, três semanas depois do ataque alemão à União Soviética, a cidade foi palco de um massacre da população judaica perpetrado por um grupo amplo de habitantes polacos. Atribuído durante muitos anos falsamente à “Gestapo e à polícia hitleriana”, um amplo debate na sociedade polaca em 2000 levou ao restabelecimento da verdade histórica, estabelecendo que o pogrom – além de muitos outros atos de violência, homens, mulheres e crianças, arrebanhados à força, foram encerrados num celeiro e queimados vivos – teve como executantes cidadãos polacos. O levantamento de valas comuns, em 2001, permite estimar como provável um número de cerca de 350 vítimas, se bem que os números possam ser bem mais elevados. No 60.º aniversário do massacre, a 10 de julho de 2001, o presidente da Polónia, Aleksander Kwasniewski, assumiu publicamente um pedido de desculpas em nome do povo polaco.
Referências
Coelho, João Pinto (2017), Os Loucos da Rua Mazur. Lisboa: D. Quixote.
Gross, Jan T. (2001), Neighbors. The Destruction of the Jewish Community in Jedwabne, Poland. Princeton: Princeton University Press.
Hartman, Geoffrey (2002), “Wounded time: The Holocaust, Jedwabne & Disaster Writing”, Partisan Review, 69(3), 367-373.