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Poemas de Nelly Sachs

Autora: Nelly Sachs
Título: Poemas de Nelly Sachs
Local de publicação: Lisboa
Editora: Portugália Editora
Ano de publicação: 1967
Tradução: Paulo Quintela
Número de páginas: 252
Palavras-chave: poesia do Holocausto; literatura do Holocausto, literatura do exílio


Índice

Nelly Sachs – Nota biobibliográfica
Bibliografia de Nelly Sachs

Nas Moradas da Morte
Escurecer de Estrelas
E Ninguém Sabe Mais Além
Fuga e Transfiguração
Viagem para o País sem Poeira
Ainda Morte Celebra a Vida
Enigmas em Brasa I, II, III


Sinopse

A memória coletiva do sofrimento causado pelo Holocausto e o testemunho da experiência individual como judia exilada são os vetores fundamentais da poesia de Nelly Sachs (1891-1970). Em 1940, fugiu do nacional-socialismo alemão para a Suécia, onde ficaria a morar até ao fim da vida. Após uma renovação completa da linguagem, enquanto escritora, publica o seu primeiro volume de poemas em 1947, Nas Moradas da Morte [In den Wohnungen das Todes], quando tinha 55 anos. Obtém um reconhecimento crescente a partir de 1960 e vem a ser galardoada com o Prémio Nobel da Literatura em 1966, que a projeta internacionalmente. Esta antologia, publicada em 1967, continua a ser a único volume em Portugal dedicado à poesia de Nelly Sachs. A seleção de Paulo Quintela cobre praticamente toda a produção poética da autora. O livro começa uma introdução biobibliográfica, de autoria do tradutor. Escrita logo após a atribuição do Prémio Nobel, tem o claro propósito de revelar a autora ao público português e de fornecer o contexto particular em que viveu, antes e após o exílio, bem como a obra que foi publicando e alguns elementos da sua receção. Com recurso a uma escrita de violência pungente, a espelhar o sofrimento de muitas das vítimas do Holocausto, estes poemas dão um contributo importante e atual para uma reflexão sobre o humano, o desumano e os limites da sua representação.


Excerto

Números

QUANDO AS VOSSAS FORMAS se afundaram em cinza
nos mares da noite
onde a eternidade pra as marés
lança vida e morte –

ergueram-se números –
(marcados a fogo outrora nos braços
pra que ninguém fugisse ao martírio)

ergueram-se meteoros de números,
gritados pra os espaços
em que anos-luz como setas se estendem
e os planetas
nascem das matérias
mágicas da dor –

números – com as suas raízes
extraídas de cérebros assassinos
e já calculados
na órbita de veias azuis
da revolução celeste.”
(p. 65)


Outras obras de Nelly Sachs

• Obras completas
     Nelly Sachs Werke – Band 1. Gedichte 1940-1950. Org. Matthias Weichelt [edição comentada em quatro volumes. Org. Aris Fioretos]. Berlin: Suhrkamp, 2010.
     Nelly Sachs Werke – Band 2. Gedichte 1951-1970. Org. Ariane Huml e Matthias Weichelt [edição comentada em quatro volumes. Org. Aris Fioretos], Berlin: Suhrkamp, 2010.
     Nelly Sachs Werke – Band 3: Szenische Dichtungen. Org. Aris Fioretos [edição comentada em quatro volumes]. Berlin: Suhrkamp, 2010.
     Nelly Sachs Werke – Band 4: Prosa und Übertragungen. Org. Aris Fioretos [edição comentada em quatro volumes]. Berlin: Suhrkamp, 2010.

• Correspondência
     Briefe der Nelly Sachs. Org. Ruth Dinesen e Helmut Müssener. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1984.
     Briefwechsel (com Paul Celan). Org. Barbara Wiedemann. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1993.
     Briefwechsel (com Hilde Domin). Org. e posfácio de Nikola Herweg und Christoph Willmitzer. Marbach am Neckar: Deutsche Schillergesellschaft, 2016.


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