imprimir/PDF
Schutzstaffel (SS)

(literalmente, Esquadrões de Segurança)

As SS constituíram um dos principais instrumentos ao serviço do nacional-socialismo e desempenharam um papel determinante no Holocausto. Tiveram a sua origem em 1923 como serviço de segurança dos altos dirigentes do NSDAP, adquirindo a sua designação a partir do verão de 1925 e transformando-se gradualmente numa organização paramilitar. Paralelamente às SA, desempenharam um papel relevante na agitação política por meios violentos que marcou a República de Weimar. Heinrich Himmler, que, em 1929, assumiu o comando central das SS, levou a cabo um processo de reorganização e centralização e procedeu a um amplo recrutamento que levou a que, em 1934, se contassem já 200 000 membros. Os critérios de seleção eram rigorosos: as SS deviam representar uma elite social (para os postos mais elevados eram escolhidos preferencialmente membros da aristocracia e das classes altas) e racial, pelo que a admissão incluía um exame da “pureza de sangue” “ariana”, sendo requisito essencial apresentar uma árvore genealógica em que pelo menos as quatro últimas gerações não possuíssem “sangue judeu”.

Após a tomada do poder nacional-socialista, em janeiro de 1933, as SS desempenharam um papel crescentemente importante no novo regime. Foram um instrumento decisivo para conter as ambições das SA, culminando na chamada “Noite das Facas Longas”, em 30 de junho de 1934, com a eliminação de Ernst Röhm e dos quadros dirigentes, deixando as SS como único corpo autónomo, com funções policiais e militares. A partir de setembro de 1933, a estrutura interna da organização foi-se complexificando. No essencial, este processo levou à divisão em duas organizações paralelas: a “Allgemeine-SS” (“SS geral”), composta por unidades de polícia que incluíam, além da polícia regular, a Gestapo e o Serviço de Segurança, e as “Waffen-SS” (“SS militar”), de carácter militar. As “Waffen-SS” tornar-se-iam uma força de combate ativa em todas as frentes, dispondo, no seu auge, de quase 40 divisões e tendo uma participação relevante nas campanhas militares, com um foco especial na eliminação de judeus e membros da resistência e no controlo da população civil, resultando na instauração de um regime de terror muitas vezes traduzido em massacres e execuções sumárias.

As SS estavam incumbidas da administração e controlo dos campos de concentração e de extermínio. Com o tempo, foram constituindo um império industrial próprio, utilizando a mão de obra escrava dos campos. O Tribunal de Nuremberga viria a condenar as SS como organização criminosa. Contudo, o seu responsável supremo, Heinrich Himmler, escapou à justiça suicidando-se na prisão ainda antes do início do julgamento.

 

Referências
     Allen, Michael Thad (2002), The Business of Genocide: The SS, Slave Labor, and the Concentration Camps. Chapel Hill/London: University of North Carolina Press.

     Koehl, Robert Lewis (2016), A Verdadeira História das SS. Trad. Miguel Freitas da Costa. Alfragide: Casa das Letras.
     Lehnhardt, Jochen (2017), Die Waffen-SS: Geburt einer Legende. Leiden: Ferdinand Schöningh.
     Longerich, Peter (2016), Heinrich Himmler. Trad. Angelika Elisabeth Köhnke, Christine Röhrig e Gabriele Ella Elisabeth Lipkau. Adapt. Jorge Mourinha. Alfragide: Dom Quixote.
     Weale, Adrian (2014), A Verdadeira História das SS. Trad. Maria Filomena Duarte. Lisboa: Clube do Autor.