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Aliados

Mantém-se até hoje a controvérsia sobre as omissões da política dos Aliados relativamente ao Holocausto. A investigação demonstrou com solidez que, o mais tardar, no outono de 1942 a realidade dos campos de extermínio era, por diferentes vias, suficientemente conhecida. Em 7 de dezembro de 1942, numa declaração conjunta, os Aliados condenaram o genocídio em curso. No entanto, nenhumas medidas foram tomadas, nem no plano militar nem no tocante à difusão de informação junto da opinião pública ou à utilização da informação para fins de propaganda antinazi. As razões da subalternização, ou mesmo desvalorização, do problema radicam na escala das prioridades militares, mas também, em boa medida, em razões políticas: os EUA, com uma política de imigração, na época, muito restritiva, receavam abrir as portas a possíveis vagas de refugiados; o Reino Unido, por seu lado, não estava interessado em qualquer incremento da emigração judaica para a Palestina. O facto é que, com a total supremacia aérea que possuíam desde 1944, teria sido possível aos Aliados, por exemplo, o bombardeamento dos campos, o que nunca aconteceu, mas poderia ter contribuído para a salvação de muitas vidas.

 

Referências
     Gilbert, Martin (2015), Auschwitz and the Allies. New York: Rosetta Books.