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Werke – Band 1: Gedichte 1940-1950

Autora: Nelly Sachs
Título: Nelly Sachs Werke – Band 1: Gedichte 1940-1950 [Obras de Nelly Sachs – Volume 1: Poesia 1940-1950] (Org. Matthias Weichelt [edição comentada em quatro volumes. Org. Aris Fioretos])
Local de publicação: Berlim
Editora: Suhrkamp
Ano de publicação: 2010
Número de páginas: 343
Palavras-chave: poesia do Holocausto; literatura do Holocausto


Índice

Poesia Publicada 1947-1949
     Nas Moradas da Morte (1947)
     Escurecer de Estrelas (1949)

Poesia Inédita 1940-1950
     Elegias Suecas (1940)
     Miniaturas ao Castelo de Gripsholm (1940)
     Os Anjos são Fortes nos Fracos (1942)
     As Elegias das Pegadas na Areia (1943)
     Poemas Dispersos (1940-1943)
     Epitáfios Escritos no Ar (1943)
     [Coros] (1946)
     Período «Nas Moradas da Morte» (1943-1946)
     Período «Escurecer de Estrelas» (1947-1949)
     Elegias sobre a Morte da Minha Mãe (1950)

Apêndice
     Posfácio
     Publicações anteriores a maio de 1940
     Comentários
     Abreviaturas, siglas e títulos abreviados
     Cronograma
     Índice de títulos e início dos poemas


Sinopse

Nascida na Alemanha, numa família de judeus assimilados, Nelly Sachs (1891-1970) já tinha ordens para se apresentar num "campo de trabalho" [Arbeitslager] quando conseguiu um visto e partiu com a mãe, a 12 de maio de 1940, para o exílio na Suécia, onde viria a permanecer até ao final da vida. É já em Estocolmo que se dá a grande transformação na sua linguagem poética, sobretudo pela influência da poesia modernista sueca, que Nelly Sachs traduziu. Neste que é o primeiro de quatro volumes com a obra completa de Nelly Sachs, está reunida a poesia escrita entre 1940 e 1950. Neste intervalo, a autora publicou dois livros: Nas Moradas da Morte [In den Wohnungen  des Todes] (1947) e Escurecer de Estrelas [Sternverdunkelung] (1949). Ainda que a representação do Holocausto perpasse toda a sua obra, é neste primeiro período da sua produção que mais se evidencia. Com as cerca de cem páginas de poesia inédita que também integram este volume, podemos assistir à transformação de Sachs como escritora que se vai afastando expressivamente do romantismo alemão (que influenciara a obra anterior a 1940, agora renegada) e chega à voz autoral que hoje lhe é conhecida. Após um posfácio que apresenta a edição completa da obra de Sachs, há uma ampla secção de comentários, com pequenas introduções a cada ciclo de poemas – édito e inédito –, bem como contextualização adicional de todos os poemas.


Excerto

         E quando esta minha pela estiver desfeita,
         eu verei Deus sem a minha carne.
         JOB

OH AS CHAMINÉS
Sobre as moradas da morte engenhosamente inventadas
Quando o corpo de Israel desfeito em fumo partiu
Pelo ar –
Como limpa-chaminés uma estrela o recebeu
Que se fez negra
Ou era um raio de sol?

Oh as chaminés!
Vias da liberdade para o pó de Jeremias e de Job –
Quem vos inventou e compôs pedra sobre pedra
De fumo o caminho aos fugitivos?

Oh as moradas da morte,
De arranjo convidativo
Para o hospedeiro, outrora hóspede –
Ó dedos,
Pondo a soleira de entrada
Como uma faca entre a vida e a morte –

Ó vós chaminés,
Ó vós dedos,
E o corpo de Israel em fumo pelo ar!

(p. 11; tradução de Paulo Quintela)


Outras obras de Nelly Sachs

• Em português
     Poemas de Nelly Sachs. Antologia, versão portuguesa e introdução de Paulo Quintela. Lisboa: Portugália, 1967.

• Obras completas
     Nelly Sachs Werke – Band 2. Gedichte 1951-1970. Org. Ariane Huml e Matthias Weichelt [edição comentada em quatro volumes. Org. Aris Fioretos], Berlin: Suhrkamp, 2010.
     Nelly Sachs Werke – Band 3: Szenische Dichtungen. Org. Aris Fioretos [edição comentada em quatro volumes]. Berlin: Suhrkamp, 2010.
     Nelly Sachs Werke – Band 4: Prosa und Übertragungen. Org. Aris Fioretos [edição comentada em quatro volumes]. Berlin: Suhrkamp, 2010.

• Correspondência
     Briefe der Nelly Sachs. Org. Ruth Dinesen e Helmut Müssener. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1984.
     Briefwechsel (com Paul Celan). Org. Barbara Wiedemann. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1993.
     Briefwechsel (com Hilde Domin). Org. e posfácio de Nikola Herweg und Christoph Willmitzer. Marbach am Neckar: Deutsche Schillergesellschaft, 2016.


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