O campo de concentração de Dachau foi estabelecido logo em 22 de março de 1933, por ordem de Heinrich Himmler, diretor da polícia de Munique, numa fábrica de munições abandonada dos arredores da capital bávara. Destinava-se, originalmente, a acolher 5000 prisioneiros. Até à libertação pelo exército norte-americano, em 29 de abril de 1945, passaram por Dachau mais de 200 000 prisioneiros, oriundos de 27 países, cerca de 32 000 dos quais não sobreviveram. Acolhendo originalmente prisioneiros políticos opositores ao nacional-socialismo, Dachau viria depois a receber, além de presos por delito comum, membros de todos os grupos perseguidos pelos nazis, nomeadamente, judeus e ciganos (sinti e roma). O trabalho forçado era a regra, sendo que, como em muitos outros campos, Dachau dispunha de um número elevado (160) de locais exteriores em que os prisioneiros trabalhavam, sobretudo em complexos ligados à indústria de guerra.
Dachau foi estabelecido como um campo-modelo cuja organização, regulamentada ao pormenor, serviu de padrão para o sistema de campos em geral. Serviu, igualmente, à definição de padrões de comportamento para os guardas SS e à sua socialização como agentes do assassínio em massa. Pelo menos 4000 prisioneiros de guerra soviéticos foram assassinados em Dachau. Muitos prisioneiros perderam a vida nos últimos meses do campo, vítimas do arbítrio dos guardas, por doença ou exaustão ou nas “marchas da morte”.
Referências
Benz, Wolfgang; Distel, Barbara (orgs.) (2002), Dachau and the Nazi Terror 1933-1945. Testimonies and Memories. Dachau: Verlag Dachauer Hefte.
Buggeln, Marc (2014), Slave Labor in Nazi Concentration Camps. Oxford / New York: Oxford University Press.
Dillon, Christopher (2015), Dachau and the SS: A Schooling in Violence. Oxford: Oxford University Press.
Neurath, Paul Martin (2005), The Society of Terror. Inside the Dachau and Buchenwald Concentration Camps. New York: Routledge.