(literalmente, “grupos de intervenção”; por vezes, também denominados “esquadrões da morte”)
Os Einsatzgruppen eram unidades paramilitares móveis, compostas por efetivos da polícia, do “Serviço de Segurança” e das SS, constituídas com o objetivo de intervir na “pacificação” dos territórios de Leste conquistados, assegurando a liquidação de todos os que fossem considerando um risco, real, potencial ou simplesmente imaginado, para a retaguarda dos exércitos nazis. Dirigidos por Heinrich Himmler e sob as ordens diretas de Reinhard Heydrich, os Einsatzgruppen tornaram-se autênticos “esquadrões da morte”, sendo responsáveis pelo assassínio em massa de judeus, “ciganos”, membros da resistência antinazi e, em geral, todos os suspeitos de simpatias bolcheviques, resultando, em última análise, na violência indiscriminada sobre a população civil.
A missão expressa dos grupos de intervenção, de acordo com uma ordem emitida por Heydrich nas vésperas da invasão da Polónia, consistia no “combate a todos os elementos hostis ao Reich e ao povo alemão em território inimigo na retaguarda dos exércitos em batalha”. Em particular no âmbito da invasão da União Soviética, concebida como guerra de extermínio, o raio de ação dos grupos de intervenção estava definido de forma muito lata, justificada ideologicamente por se tratar do “combate, que tem de ser levado até ao fim, entre dois sistemas políticos opostos”, com a simbiose entre a figura do “judeu” e do “bolchevique” na ideologia nazi a servir de legitimação para massacres como o de Babi Yar e, em geral, para a liquidação sistemática dos judeus nos territórios ocupados. Embora adstritos aos diferentes corpos de exército, os Einsatzgruppen dispunham de uma autonomia quase total, beneficiando do apoio da Wehrmacht, ela própria, muitas vezes, interveniente nos crimes, mas sem estarem dependentes da respetiva cadeia de comando. O número de efetivos de cada unidade variava ente 600 e 1000, podendo subdividir-se em unidades mais pequenas para assegurar a máxima mobilidade. Estima-se que o número total de vítimas da ação dos Einsatzgruppen se aproxime do milhão.
Entre julho de 1947 e abril de 1948, decorreu em Nuremberga o julgamento de 24 responsáveis, 14 dos quais foram condenados à morte (embora apenas 4 tenham sido executados). Se bem que outros responsáveis tenham sido condenados noutros julgamentos, a vasta maioria dos membros dos grupos de intervenção não sofreu quaisquer consequências criminais.
Referências
Browning, Christopher R. (2001), Ordinary Men: Reserve Police Battalion 11 and the Final Solution in Poland. London: Penguin.
Ogorreck, Ralf (1996), Die Einsatzgruppen und die “Genesis der Endlösung”. Berlin: Metropol.
Rhodes, Richard (2002), Masters of Death. The SS Einsatzgruppen and the Invention of the Holocaust. New York: Knopf.