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Majdanek

Situado nos arredores da cidade polaca de Lublin, o campo de Majdanek destinava-se originalmente a constituir um gigantesco reservatório de mão de obra para os planos nazis de colonização do Leste. Não tendo nunca passado de um estado provisório, o campo, estabelecido no outono de 1941, desempenhou diversas funções ao longo da sua existência. Designado de início como “campo para prisioneiros de guerra das SS de Lublin”, começou por albergar prisioneiros de guerra soviéticos, acolhendo, a partir da primavera de 1942, prisioneiros judeus e polacos, assim como grupos deportados de territórios ocidentais da União Soviética destinados à colonização nazi. A partir do outono de 1942, Majdanek tornou-se também em campo para mulheres, na maioria polacas e judias. O campo serviu também para asilar colaboradores soviéticos feridos, bem como doentes graves vindos de outros campos.

As condições de vida em Majdanek eram especialmente primitivas, ocasionando uma taxa de mortalidade extremamente elevada. O campo detinha também câmaras de gás, destinadas sobretudo ao extermínio de judeus, sendo os cadáveres queimados em piras ao ar livre e, mais tarde, no crematório. Em 3 de novembro de 1943, no âmbito da “Ação da festa das colheitas”, os guardas SS abateram a tiro no campo cerca de 18 000 prisioneiros judeus. No contexto da “Operação Reinhardt”, o campo foi sobretudo utilizado como depósito para bens e valores roubados às vítimas judaicas. Estima-se em 235 000 pessoas o número total de vítimas exterminadas. Majdanek foi o primeiro campo de concentração nazi a ser libertado, pelo Exército Vermelho, em 23 de julho de 1944.

 

Referências
     Kogon, Eugen (1993), Der SS-Staat. Das System der deutschen Konzentrationslager. München: Heyne. (SR)

     Mailänder, Elissa (2015), Female SS Guards and Workaday Violence: The Majdanek Concentration Camp, 1942-1944. East Lansing: Michigan State University Press.
     Wachsmann, Nikolaus (2015), A História dos Campos de Concentração Nazis. Trad. Miguel Mata. Lisboa: Dom Quixote.