O nome de Josef Mengele (1911-1979?) condensa todo o vasto tema da cumplicidade de médicos nazis no processo de genocídio. Membro das SS desde 1938, participou na invasão da União Soviética, tendo sido ferido. Em 30 de maio de 1943, foi destacado para Auschwitz, onde se tornou responsável pela seleção dos prisioneiros à chegada e pela seleção posterior de prisioneiros incapazes para o trabalho, com vista à sua eliminação. Conduziu em Auschwitz inúmeras experiências sem valor científico, no quadro da conceção nazi da medicina como instrumento essencial de “apuramento da raça”, usando prisioneiros como cobaias e provocando gratuitamente não apenas a sua morte, mas, igualmente, situações de sofrimento extremo, em particular no relativo a mulheres grávidas e a crianças gémeas.
No chamado “processo dos médicos”, realizado em Nuremberga em 1946/47, sete médicos foram condenados à morte e outros sete, a penas de prisão perpétua. Mengele, contudo, conseguiu permanecer escondido e, em 1949, fugir para a América Latina, vivendo na Argentina, no Paraguai e, mais tarde, no Brasil, onde, com toda a probabilidade, terá morrido por afogamento em 1979.
Referências
Kor, Eva Mozes; Lisa Rojany-Buccieri (2009), Surviving the Angel of Death: The Story of a Mengele Twin in Auschwitz. Terre Haute: Tanglewood Pub.