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Hitler, Adolf

Adolf Hitler (1889-1945), nascido em Braunau am Inn, na Áustria, após a recusa da sua admissão na Academia de Belas-Artes de Viena e o abandono de uma carreira artística incipiente, participou na Primeira Guerra Mundial, tendo chegado à patente de cabo. Desmobilizado, frequenta os meios nacionalistas hostis à recém-criada república, ingressando, em setembro de 1919, num dos grupúsculos nascidos nesse meio, o Partido Operário Alemão (Deutsche Arbeiterpartei, a partir de fevereiro de 1920, Partido Nacional-Socialista Operário Alemão – NSDAP, Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei).

Em 29 de julho de 1921, assume a presidência do NSDAP e, nesta qualidade, em aliança com o general Erich Ludendorff, é responsável pelo “Putsch de Munique”, em 8/9 de novembro de 1923, tentativa fracassada de tomada de poder e de derrube das instituições democráticas. Condenado a cinco anos de prisão, foi libertado logo em 1924, vindo a presidir, em 26 de fevereiro de 1925, à refundação do NSDAP, agora apostado na conquista do poder por meios legais. Na prisão, escrevera Mein Kampf [A Minha Luta], em que, de forma semiautobiográfica, expõe o seu horizonte doutrinário, com particular realce para o programa de um antissemitismo radical.

Nas eleições para o Parlamento do Reich de 14 de setembro de 1930, no contexto da crise económica mundial, que precipitou a Alemanha numa convulsão política e social sem precedentes, os resultados obtidos dão ao NSDAP a dimensão de um partido de massas. Em 30 de janeiro de 1933, Hitler é nomeado chanceler pelo presidente do Reich, o marechal von Hindenburg, seguindo-se, rapidamente, a consolidação da ditadura nacional-socialista. Com a morte de Hindenburg, em 1934, Hitler proclama-se Führer, assumindo as funções de chefe de Estado e congregando na sua pessoa todo o poder político e militar. Paralelamente à destruição das instituições democráticas, à perseguição a todos os adversários políticos, com o estabelecimento dos primeiros campos de concentração, e à progressiva exclusão dos judeus de quaisquer direitos cívicos que culminará na “Solução Final”, Hitler empreende a remilitarização da Alemanha e leva a cabo uma política internacional crescentemente agressiva que irá desembocar na Segunda Guerra Mundial.

Na iminência da tomada da capital alemã pelo Exército Vermelho, Hitler suicidou-se no seu bunker de Berlim em 30 de abril de 1945. Uma vez que não sobreviveu nenhuma prova documental de uma ordem expressa de Hitler relativamente ao Holocausto, o seu papel no processo tem sido objeto de controvérsia entre os historiadores. É indubitável, de todo o modo, que, enquanto Führer, foi o responsável máximo pela conceção e organização do genocídio.

 

Referências
     Kershaw, Ian (2015), Hitler – Uma Biografia. Lisboa: Dom Quixote.
     Longerich, Peter (2019), Hitler: A Life. New York: Oxford University Press.