A deportação foi regularmente usada ao longo de milénios como método de punição. O século XX, contudo, viu nascer fenómenos de deportação em massa de grupos definidos a partir de critérios étnicos, religiosos ou outros, com objetivos de “limpeza étnica”. A deportação de populações arménias pelo Império Otomano em 1915-1916 é vulgarmente apontada como o primeiro grande exemplo, mas o método da deportação fora já usado no chamado Sudoeste africano pelo Reich alemão, em 1906 relativamente aos grupos dos Herero e dos Nama. No contexto da Segunda Guerra Mundial a deportação maciça com o fito de obtenção de mão de obra submetida a trabalho forçado foi largamente praticada pela Alemanha nazi, calculando-se em mais de 8 milhões os “trabalhadores estrangeiros” desta forma deslocados na Alemanha.
No âmbito do Holocausto, a deportação dos judeus e dos sinti e roma correspondeu a uma operação planeada (com as deliberações da Conferência de Wannsee como momento determinante, mas não o único), em que a uma fase de deportação para guetos, sobretudo na Polónia, se seguiu a fase do envio para campos de extermínio como Auschwitz, Treblinka, Bełżec, Chełmno e outros. As chamadas “marchas da morte”, isto é, a evacuação dos campos à aproximação dos exércitos aliados e do exército soviético constituem um momento final do processo de deportação nacional-socialista com vista ao extermínio.
Referências
Ball, Howard (2011), Genocide. A Reference Handbook. Santa Barbara: ABC-CLIO.
Bloxham, Donald; Moses, A. Dirk (orgs.) (2010), The Oxford Handbook of Genocide Studies. Oxford: Oxford University Press.