Autora: Deborah E. Lipstadt
Título: Denying the Holocaust. The Growing Assault on Truth and Memory [A Negação do Holocausto. O Aataque Crescente à Verdade e à Memória]
Local de publicação: Nova Iorque
Editora: Free Press
Ano de publicação: 2012
Número de páginas: 306
Palavras-chave: nazismo, fascismo, negacionismo, história, violência, revisionismo
Índice
Prefácio
1. Canários na Mina: a negação do Holocausto e o poder limitado da razão
2. Os Antecedentes: história, conspiração e fantasia
3. Na Sombra da Segunda Guerra Mundial: os primeiros passos da negação
4. Os Primeiros Inspiradores da Negação na América
5. Austin J. App: o mundo das equivalências imortais
6. Negação: uma arma da extrema-direita
7. Entrando no mainstream: o caso de Arthur Butz
8. O Instituto do Revisionismo Histórico
9. A Controvérsia das Câmaras de Gás
10. A Guerra dos Campus
11. À Espera no Reno: o futuro caminho da negação do Holocausto
Apêndice. Dar a Volta à Verdade: o Zyklon B, as câmaras de gás e o Diário de Anne Frank
Notas
Notas de rodapé
Sinopse
Como se lembra numa crítica publicada a esta obra da escritora e historiador norte-americana Deborah Lipstadt, a negação do Holocausto tem tanta credibilidade quanto a afirmação segundo a qual a terra é plana. Por incrível que à maioria das pessoas possa parecer, existe quem insista em que a morte de seis milhões de judeus nos campos de concentração nazis não passa de uma burla perpetrada por uma poderosa conspiração sionista. Há sessenta anos esta ideia limitava-se a um pequeno círculo de pseudo-historiadores capazes de asseverar que Hitler jamais pretendeu matar os judeus e que só escassas centenas de milhar morreram nos campos devido à escassez de alimentos. Argumentaram também que o bombardeamento aliado de Dresden foi pior do que a ofensiva nazi e que os alemães foram as “verdadeiras vítimas” da guerra.
Durante anos, os defensores destas conceções permaneceram isolados, em regra olhados como um grupo de lunáticos que vivia num mundo à parte. Todavia, à medida que o tempo foi passando, começaram a ganhar alguma voz em círculos mais respeitados e, atualmente, têm uma audiência que aceita as suas teorias, agregando, no campo da história, grande número de historiadores revisionistas que têm quem os leia e respeite. Isto, como lembra a autora, apesar das dezenas de milhar de testemunhas sobreviventes e das evidências mostradas por uma documentação vasta e absolutamente credível. Mais: a irracionalidade da proposta negacionista chegou mesmo ao universo académico, refugiando-se por trás da respeitabilidade concedida por algumas instituições universitárias, centros de investigação e publicações.
Lipstadt mostra neste livro a forma como a deriva na qual se desenvolve a negação do Holocausto tem fácil curso perante a corrente atmosfera tendente a relativizar um grande número de valores, e argumenta, ao longo das suas páginas, que o atual ataque contra a prova dos factos não só tem uma natureza antissemita, como tende a minar o esforço de objetividade que, no campo académico, é a base essencial do conhecimento histórico. Este esforço, em boa parte apoiado em setores emergentes da extrema-direita e do populismo, geralmente fundados em grandes doses de ignorância ou de irracionalidade, tende a alterar dramaticamente a forma como a alteração que propõe, em termos de verdade e de sentido, minando a confiança depositada pelas gerações mais recentes naquelas que conviveram diretamente, ou de forma mais próxima, com o Holocausto na sua realidade vivida.
Excerto
“Nos anos 30, os assassinos nazis alimentaram uma violenta forma de antissemitismo, da qual resultou a morte de milhões de pessoas. Atualmente, o bacilo transmitido por idêntica espécie de gente esforça-se por “matar” aqueles que já morreram às mãos dos nazis, matando-os por uma segunda vez ao procurarem apagar a memória desse crime transmitida pelos que lhe sobreviveram. Podemos sempre especular sobre a forma que tomará a próxima mutação deste bacilo. Todos aqueles que dão valor à verdade, particularmente àquelas formas de verdade que são objeto do ataque da praga lançada por gente fundada no ódio, devem permanecer vigilantes. O bacilo do preconceito é tão tenaz quão frágeis são a verdade e a memória.”
Outras obras de Deborah Lipstadt
Beyond Belief: The American Press and the Coming of the Holocaust, 1933–1945. New York: The Free Press, 1985.
History on Trial: My Day in Court with a Holocaust Denier. New York: Ecco, 2005.
The Eichmann Trial. New York: Schocken Books, 2011.
Holocaust: An American Understanding. New Brunswick, New Jersey; London: Rutgers University Press, 2016.
Antisemitism: Here and Now. New York: Schocken, 2019.
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